Juros do Brasil estão entre os mais altos do mundo

Por 1consórcio
Publicado em: 22/12/2010 | Atualizado em: 24/01/2017

Assim como ocorre no mercado de crédito em geral, o spread e as taxas de juros dos financiamentos imobiliários do Brasil estão entre os mais altos do mundo.

Spread é a diferença entre a taxa que a instituição financeira paga ao captar o dinheiro e a que cobra ao repassá-lo para o cliente.

As duas conclusões fazem parte de um estudo da consultoria ATKearney, feito a pedido do Estado. É o primeiro levantamento do gênero realizado desde que as concessões desses empréstimos dispararam no País.

A pesquisa compara a situação em cinco nações: além do Brasil, Estados Unidos, Espanha, Rússia e Chile. Aqui, o spread médio no segmento imobiliário é de 5,05 pontos porcentuais ao ano, ante 3,1 na Rússia, 4,8 nos EUA, 3 pontos no Chile e 2,2 na Espanha. No caso do juro, os resultados foram de, respectivamente, 11,3%, 14,5%, 5%, 4,9% e 3,4%.

Neste ano houve um crescimento nas negociações por causa da estabilização da economia, que permite prever o cenário para os anos seguintes com mais confiabilidade, o que estimula tanto o tomador quanto o credor a fazer mais operações. Porém, essa euforia do consumidor acaba acarretando a inadimplência e com isso o banco pode retomar com mais facilidade o bem imóvel do devedor.

Coordenadora do levantamento, a vice-presidente da ATKearney, Silvana Machado, atribui o spread e os juros elevados a três razões. A primeira delas é que, apesar da alienação fiduciária, a maioria dos empréstimos imobiliários concedidos no Brasil está no âmbito das normas antigas, que exigem medidas trabalhosas para a retomada do bem. “A taxa de inadimplência sobe e o juro também.”

A segunda razão é a baixa competição no setor. “O crédito imobiliário é novo no Brasil, coisa de cinco anos para cá”, diz Silvana.

O terceiro fator, segundo ela, é a limitação de funding (dinheiro disponível para as operações). “Aqui, temos basicamente os recursos do Fundo de Garantia e da poupança. Não há outros instrumentos, como no exterior”, diz, referindo-se, por exemplo, à securitização, que permite que carteiras de crédito sejam vendidas para investidores no mercado.

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