Imóveis adaptados na planta para a acessibildade

Imóveis adaptados na planta para a acessibildade Imóveis adaptados na planta para a acessibildade

Com a necessidade de especializar seus arquitetos na questão da acessibilidade, já que desde 2004 as empresas são obrigadas a garantir áreas comuns acessíveis para obter o Habite-se (autorização de ocupação), construtoras começam a oferecer opções de planta adaptada para as unidades.

É o caso da Cyrela, que tem cinco empreendimentos em que o comprador pode escolher a planta com desenho universal, que atende a todo tipo de morador, desde idosos até pessoas com deficiência. "A diretriz que temos é para que todos os novos projetos tenham uma opção", determina Débora Berini, gerente-geral de produtos da empresa.

O projeto pensado na planta não só facilita para quem já precisa das adequações mas também para quem terá de pensar nisso no futuro.  "Quando isso ocorre [a acessibilidade é vista no projeto], as soluções são mais fáceis e têm custo bem menor", garante Regina Cohen, coordenadora do Núcleo Pró-Acesso da UFRJ. 

"Pensadas na fase de projeto, as alterações não oneram", conclui a gerente de projetos da Tecnisa, Patrícia Valadares.  Ainda neste semestre, a empresa deve lançar seu primeiro empreendimento voltado aos idosos, com adaptações que atendem não só a esse público como aos deficientes.

A demanda de prefeituras, por unidades acessíveis em empreendimentos econômicos e a cota do programa "Minha Casa, Minha Vida" ,destinada a deficientes físicos e a idosos, são outros motivadores para que as empresas vejam esse filão do mercado com outros olhos.

Sobre os custos da adaptação da unidade, as empresas dizem que não são cobrados se o morador é deficiente. No prédio da vereadora Mara Gabrilli (PSDB), que é tetraplégica, os gastos foram divididos entre a construtora e o condomínio. "Passei cinco anos procurando apartamento. É muito difícil encontrar imóveis com acessibilidade mesmo nas áreas comuns", relata ela, que já fez reuniões com construtoras e palestras no Secovi-SP e na Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo) para sensibilizar o mercado.

Para quem quer ter um apartamento adaptado para receber amigos, como a arquiteta Mariana Alves, contudo, a reforma pode ser paga: "Gostaria de ter meu apartamento adaptado, mas a construtora me cobraria as alterações por não ser deficiente", afirma.

Outro problema quando o imóvel vendido na planta não tem unidade adaptada é a construtora restringir a compra a certas unidades, como as de térreo e primeiro andar.  As empresas procuradas pela Folha argumentaram que essa restrição acontece apenas quando não é possível fazer as adaptações que são solicitadas em outra unidade.

A coordenadora do Núcleo Pró-Acesso da UFRJ Cristiane Rose, porém, dá outra explicação. "Apartamentos em andar térreo são menos valorizados", comenta ela.

 

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