Consórcio de imóveis atrai quem pretende investir
O gerente-comercial Fauzi Mazloum, de 34 anos, encontrou uma maneira de ampliar seu patrimônio aos poucos, sem pesar tanto no bolso. É dono de duas cotas de consórcio de imóveis e acaba de ser contemplado em uma delas. “Foi a forma que eu achei no mercado de menor custo, segura e prática”, afirma.
Ele já é dono do apartamento onde mora. Mas o objetivo ao entrar no consórcio de imóveis foi mesmo de se tornar um investidor. Em vez de economizar mensalmente, por conta própria, a quantia para adquirir um imóvel no futuro, ele preferiu assumir o compromisso das parcelas. “Você tendo um pagamento para fazer, um objetivo, fica mais fácil. Caso contrário, você gasta com alguma outra coisa que pareça ser prioridade”, diz.
Segundo Mazloum, o consórcio o obriga a poupar. “Eu já me perguntei: ‘por que vou ficar vinculado?’ Tentei fazer diferente e não deu certo. E olha que eu não sou bagunçado. Mas acabo pegando o dinheiro e usando em outra coisa. Não dá resultado”, explica.
Ele vai aguardar a contemplação da segunda Carta de Crédito para comprar o imóvel desejado, que deve ocorrer ainda este mês, por meio de lance. Com a soma dos valores das duas Cartas de Crédito, pretende comprar um imóvel residencial na zona norte com o objetivo de alugar. Com o valor da locação, ele espera obter renda suficiente para entrar em um novo Consórcio de Imóveis.
A visão de negócio de Mazloum tem se disseminado no mercado, segundo Luis Fernando Savian, presidente da Associação Brasileira de Consórcios em São Paulo (Abac). “Estamos observando uma corrente nova de clientes que usam o consórcio como poupança, como investimento”, explica.
Prova disso é o grande número de pessoas que, mesmo contempladas, adiam a retirada da Carta de Crédito. “Como aplicamos o valor pela Taxa Selic (taxa básica de juros), o crédito vai corrigindo ao longo dos meses”, diz Savian. Os consorciados podem manter a aplicação no consórcio até o número de prestações do grupo acabar.
O consorciado leva vantagem ao optar pelo consórcio para a compra da casa própria. “O custo financeiro da operação é menor que o do financiamento. Na melhor das hipóteses, o custo do crédito chega a ser cinco vezes superior ao do consórcio”, calcula Luis Fernando Savian, presidente da entidade em São Paulo.
Isto ocorre porque nas parcelas do consórcio incidem a taxa administrativa e, anualmente a correção do Índice Nacional da Construção Civio (INCC), enquanto que na compra por meio de financiamento há incidência dos juros, da Taxa Referencial (TR) e outras taxas administrativas nas prestações.