A possibilidade de usar o fundo de garantia para pagar prestações de consórcio imobiliário movimentou ainda mais este mercado. Mas os economistas recomendam que se avaliem os prós e os contras do negócio.

O primeiro apartamento de Ana Paula da Silva não foi comprado à vista nem com financiamento. Ela fez um consórcio. Tinha 12 anos para pagar e esperar a sorte bater à porta. Mas logo no sexto mês, deu um lance com dinheiro do FGTS, reduziu o número de parcelas e conquistou a sonhada liberdade. “Eu sei que eu vou pagar num prazo menor e num valor bem menor do que se eu tivesse feito um financiamento”, explica a advogada Ana Paula Silva.

Desde março deste ano, além de usar o FGTS para dar lances, o trabalhador pode sacar os recursos do fundo para pagar prestações ou quitar a dívida de um consórcio de imóveis. O incentivo, associado à melhora da economia e ao aumento da confiança do consumidor, fez a procura por esse tipo de consórcio bater recorde.

No primeiro trimestre deste ano, foram vendidas 56 mil cotas, 18% a mais do que nos primeiros três meses de 2009. O país já tem mais de meio milhão de consorciados. A carta de crédito varia de R$ 50 mil a R$ 300 mil e o prazo médio de pagamento é de 12 anos. O consorciado paga taxa de administração, fundo de reserva e seguro de vida. As administradoras dizem que o custo médio é de 30% do valor da carta e indicam o consórcio para quem não precisa se mudar imediatamente.

“Por ter planejado a compra ele vai ter o dinheiro na mão pra comprar o imóvel dele à vista e não vai pagar juros”, afirma o presidente Associação Brasileira Administradoras de Consórcios, Luiz Savian. O professor de finanças William Eid Jr. diz que o consórcio é vantajoso para quem é sorteado até a metade do período de pagamento. A taxa fica bem menor, mas tem que confiar na sorte.